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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um pedaço de nada já vale um trocado



Seu território são três ruas, há que tem a banca de jornal, há da padaria e a da praça onde faz sua morada.
Grande parte das pessoas parecidas com ele costumam ficar na praça suplicando por “um trocado”, ele por algum motivo pensa diferente, pensa que um pedaço de nada já valia um trocado. Foca seu dia-a-dia em fazer valer sua filosofia de vida, praticava a arte de muitos, catava qualquer “treco” que encontrava na rua, como qualquer pessoa sem orientação ou sem norte aprendeu com seus erros, juntou tanto lixo em seu dormitório reservado na praça que foi obrigado limpar, desabrigar a praça e aguentar algumas pancadas de cacete-te.
Mas foi paciente o suficiente de compreender que a vida ensina, e que não demoraria muito para a policia parar de rondar a praça e que ele e seus amigos poderiam voltar.
Sentou em seu banco favorito e forçou a cabeça suplicando por alguma grande solução, nada vinha! Para ele tudo acabara e que era necessário buscar outra coisa, outro lugar, outras ruas. Planejou para o próximo dia a despedida das três ruas companheiras por um tempo da sua clandestina vida.
Ao amanhecer pois-se à sua marcha fúnebre, com passos lentos foi fazendo a via sacra do cotidiano das pessoas que la viviam, ajudou o Senhor Armando a retirar os produtos das caixas de papelão e recolher os jornais velhos para levar aos seus amigos na praça, passou na padaria pediu o mesmo café preto que o acompanhava em todas as manhas, apanhou o prato com o resto de croissant que uma cliente insistia em deixar, guardou o palito de picolé que era figura constante no prato e partiu em direção da praça.
Sentou no seu banco preferido como uma forma ilustre de despedida, abaixou a cabeça lamentando seu fracasso, lembrou novamente da filosofia que havia traído-o “Qualquer pedaço de nada já vale um trocado”! Respirou fundo e direccionou seus olhos aos jornais para distribuir para os outros que la viviam, quando olhou para o jornal viu a imagem de uma maquete de dirigível e com toda a dificuldade que tinha para levar, conseguiu juntar as palavras, descobriu que tal maquete que era feita de jornais e papelões velhos, levou a mão ao bolso e retirou o palito de picolé este que estava no prato junto ao crossant, sorriu e lembrou da sua filosofa “Um pedaço de nada já vale um trocado” porem pela primeira vez na sua vida ela fazia sentido, a partir de então todos os dias foram dedicados em fazer que o dia-a-dia das pessoas que la viviam levassem a sua filosofia, a ela e a seus artesanatos feitos de palito de picolé.

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