
Em um típico dia preguiçoso de domingo estava eu em casa assistindo o Som Brasil, era uma homenagem a Adoniram Barbosa, um dos maiores ícones (me arrisco a dizer o maior) do samba Paulista. A qualidade do programa por consequencia das composições é indiscutível, mas o que me chamou a atenção foi quando contaram um pouco da história de Adoniram e falaram que apesar dos pesares a miséria e o semi-anonimato foram seus companheiros até o fim.
E se foi assim em vida, em morte teve sua total inversão, a fama e o sucesso veio como um prémio póstumo, presunçosamente resolvi chamar isto do “Mal de Adoniram” (que podia ser de tantos outros José´s!!!!).
O mal de Adoniram é uma coleção de fatores, primeiro pelo fim inexorável a morte, esta mazela é de Adnoriam a Maria´s não tem jeito! Um dia chega para todos nós!
Segundo por ser ele, um de tantos, que vem a ter seu reconhecimento após a morte, a história universal é rica em exemplos assim, talentos que vieram a ser reconhecidos muito tempo depois do que seus artistas esperavam, desta forma os apertos de mãos e as felicitações tem que ser trocadas por flores e lágrimas sobre os túmulos! Os já famosos também sofrem do Mal de Adoniram, pois quando morrem ficam mais famosos ainda! Pego como exemplo os Mamonas Assassinas (lembrança da infância) e do Michael Jackson, que em níveis diferentes eram famosos, mas após suas mortes!
Por fim o mal de Adnoriam são as raízes que temos, elas são os que nos seguram, que nos sustenta, mas também são as que não deixam que a caminhada da vida prossiga. A vida de Adoniram o pegou de tal forma que não foi capaz de deixa-la, de transforma-la! E se até as estações mudam, será que não devemos mudar? Esta é uma pergunta que nem eu, nem Adoniram nem as Maria´s sabem responder. O que nos resta é a escolha, destes males que nem sempre é tão mal assim.
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